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sábado, 17 de julho de 2010

UNIVERSIDADE DO PLANALTO CATARINENSE
EMBASAMENTO TEÓRICO DOS TRABALHOS DE ARTE CONTEMPORÂNEA E PINTURA CONTEMPORÂNEA
7º SEMESTRE
ARTES VISUAIS
2010
PROF.: VERA MELIM
ACADÊMICA: ELIANE C. GRECHUSKI BOFF
Ouço muito falar que arte contemporânea faz pensar...
Também ouço muito dizer que para se conseguir desenvolver um bom trabalho, devemos escolher um tema que nos atraia com o qual tenhamos afinidade.
Pensando nisto comecei a refletir em coisas que gostava, como há tantas coisas das quais gosto ficou difícil eleger uma, inconscientemente comecei a pensar em coisas que não gosto. Logo me veio a cabeça uma coisa que infelizmente não me agrada muito, que é o ato de ler.
Em seguida recordei - me de um conto, que obviamente me foi imposto a ler, mas o qual foi muito prazeroso e o recordo até hoje. Refletindo mais cuidadosamente sobre o conto “O Espelho” de Machado de Assis subitamente consegui eleger uma coisa das quais muito me agrada - não sei ao certo se gosto ou se talvez por insegurança necessito – o objeto espelho.
A partir desta ligação de uma coisa da qual não gosto com uma coisa que tenho sempre junto a mim resolvi basear meus trabalhos de arte contemporânea, afinal terei que pensar muito para conseguir colocar na prática uma síntese de dois sentimentos tão contrários.
Machado de Assis esboçou uma nova teoria da alma humana, espelhando o homem em sua enorme ambigüidade de ser para si e ser para o outro. Até que ponto as imagens convergem? O que antecede o objeto ou a reflexão? O espelho pode ser o outro a recriar a alma exterior?
O signo do espelho, tantas vezes objeto de especulação, ganha aqui o papel de destaque – o encontro do homem com sua alma exterior.
Como disse Machado de Assis, são muitas as almas exteriores. A família, as realizações profissionais, o contato com os outros. Muitos objetos espelham nosso eu, encontramo-nos muitas vezes nas atitudes alheias, nos valorizamos nos elogios que ouvimos, nos sentimos vivos na percepção dos outros. São inúmeros os espelhos, ou almas exteriores, e um único e definitivo sujeito.Não deixemos que as coisas no mundo, seja ela qual for, ofusque e aniquile nossa alma interior. Aproveitando o esboço de nosso grande escritor, tentemos elaborar um novo enredo em que o espelho se interioriza e possamos nos reconhecer no vasto mundo.

1 comentários:

Unknown disse...

Muito bem Eliane. Vc conseguiu expressar-se artisticamente através da arte contemporânea. Rompendo com os parametros tradicionais que determinavem quais os suportes, técnicas e até temas que deveriam ser usados, para que fossem considerados arte. também ficou claro que sua compreensão teórica em relação a arte contemporânea ampliou bastante. Parabéns!Continue seus estudos e pesquisas quanto a essas questões, pois não devemos parar nunca mesmo.
abraços vera melim

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